Livro 43: Depois de Auschwitz - Eva Schloss

15:23

Ser presa pela Gestapo e levada a um dos mais terríveis campos de concentração do mundo, no dia do seu aniversário de 15 anos.

Foi isso que aconteceu com Eva Schloss, a autora de "Depois de Auschwitz".



- Nossa, Vanessa! Outro livro do Holocausto?! Você acabou de ler um!

Sim, kiridos. Mas esse me cativou porque, diferente da leitura da semana retrasada, não conta somente as atrocidades dos nazistas durante a Guerra e os horrores vividos pelos presos nos campos.

Aliás, foram apenas algumas páginas para descrever o medo, as humilhações, as crueldades.

90% do texto de Eva trata-se da vida "pós-Auschwitz", e de toda a complexidade da mente humana para voltar à 'normalidade' depois de viver um trauma tão profundo.

Como ser feliz novamente? Como acreditar nas pessoas? Como aprender a amar? E, principalmente, como se libertar das feridas emocionais e do constante sentimento de perda?

Para uma menina de classe média, ativa, que gostava de escalar, correr e esquiar, ficar dois anos se escondendo da SS, seguido de quase um ano presa em Auschwitz foram o verdadeiro inferno na terra.

Eva Schloss antes da Segunda Guerra


Mas o pior veio com o fim da Guerra.

Quando Auschwitz é extinto, mãe (Fritzi) e filha (Eva) iniciam a longa jornada de volta para casa. Elas procuram desesperadamente pelo pai e pelo irmão de Eva, de quem haviam se separado. A notícia veio alguns meses depois: tragicamente, os dois foram mortos.
A ausência do pai e do irmão deixou uma lacuna bastante conhecida por aqueles que sobreviveram ao extermínio planejado pelos seguidores do Nazismo: O vazio de ter a família roubada de maneira tão absurda.

É claro que a vida segue e Eva e sua mãe, Fritzi, reconstruíram suas vidas no pós-guerra. Fritzzi, inclusive, casou-se novamente com Otto Frank (pai de Anne Frank), que sabia exatamente o que era perder cônjuge e filhos para as câmaras de gás e inanição.

"irmã póstuma" da mundialmente famosa, Anne Frank, Eva foi acusada (olha o absurdo!) de "aproveitar a fama da garota judia" para se autopromover. ¬¬ Tsc tsc pra humanidade, viu...
Ainda assim a dor e o trauma estavam ali... escondidos, latentes.

Somente na década de 80, mais de quarenta anos depois da liberação dos judeus, foi que Eva conseguiu externar tudo em uma palestra. E nessa enxurrada de emoções, ela pensou em escrever. E depois vieram entrevistas... uma delas aqui, no Brasil.



O resultado? Um livro maravilhoso e honesto! Recomendo muito! Precisamos conhecer a história horrorosa do nazismo para sabermos exatamente onde a maldade e a total falta de empatia podem levar a humanidade, e NUNCA NUNQUINHA permitir que isso aconteça novamente.

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1 comentários

  1. Muito bom! Com certeza será meu próximo livro, atualmente estou lendo o livro "Eu Sobrevivi ao Holocausto" de Nanette Blitz Koning Uma das ultimas amigas vivas de Anne Frank, e antes disso li o "Diário de Anne Frank - O anexo secreto" e esse com certeza será o próximo!

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