Livro 41: Os Bebês de Auschwitz - Wendy Holden

06:25

"Desde que seu coraçãozinho começou a bater em síncope com o coração da mãe, os bebezinhos nascidos durante a Segunda Guerra Mundial poderiam ter sido facilmente destruídos. Milhares não resistiram. Outros milhões nem tiveram a chance de tentar (...)
Essa semana eu parei tudo, alterei completamente a lista de leituras que eu já tinha programado (incluindo os livros que comprei na Bienal, e que estavam à espera) e mergulhei de cabeça numa indicação feita pelo Skoob (a rede social para quem ama ler): Os Bebês de Auschwitz.



O livro conta a história de três jovens judias que viviam uma vida feliz, relativamente confortável e cheia de sonhos na Europa, até a Guerra.

Até que os Nazistas decidem que elas não são dignas de nada, sequer de viver.

Até que elas se descobrem grávidas e são enviadas para um dos mais famosos (e terríveis) campos de concentração - Auschwitz II - Birkenau.

Até que a sobrevivência passa a ser mais do que uma vontade, passa a ser uma promessa e um dever para com os seus filhos não-nascidos.

Aturdidas pela separação de seus amados maridos, pela crueldade dos soldados da SS, exaustas de anos presas em guetos e de uma viagem monstruosa (os judeus eram enviados aos campos em trens de carga, presos aos milhares em vagões de gado, imundos, apertados, sem água, comida ou condições de higiene), Priska, Rachel e Anka chegam ao inferno no final de 1944, e dão de cara com a encarnação do Demônio - o médico Joseph Mengele.



(Da direita para a esquerda: Priska Löwenbeinová, Rachel Abramczyk e Anka Nathanová)


Mengele, ou "O Anjo da Morte" era responsável por selecionar os prisioneiros que chegavam à Auschwitz, selecionando bruscamente aqueles que seriam escravizados pela máquina Nazista e aqueles que iriam direto para a morte nas câmaras de gás.

Um aceno poderia significar a vida ou a morte. E as três jovens perceberam isto rapidamente, respondendo nein (não) para o questionamento do oficial:

- “Sind Sie schwanger, fesche Frau?” (Está grávida, moça bonita?)

Com a 'Solução Final' de Hitler em pleno funcionamento, era muito óbvio que idosos, crianças, doentes e grávidas não tinham qualquer serventia, e eram encarados como os mais indesejáveis inimigos do III Reich. Para eles, o destino eram os 'banhos' de Zyklon B.

E a fábrica de mortos era o maior desafio para essas três futuras mães. Esconder a gravidez era premissa básica, assim como tentar ser forte e aparentar "saúde", vivendo com uma dieta de cerca de 100 calorias diárias (nós comemos, em média, 2 mil!).

Isso sem contar a resiliência de conviver com situações bestiais de higiene e acomodação, e de resistir às doenças que acometiam esses seres humanos, enclausurados como animais, aos montes, em pequenos espaços úmidos e totalmente inapropriados.

Não vou falar muito mais porque quero que vocês, meus seguidores, leiam! Porque essa é uma história de superação, de amor maternal (incondicional) e, acima de tudo, uma história sobre o quão longe o ser humano pode chegar quando anula a sua empatia pelo outro. 


Num momento em que vemos TANTAS demonstrações de ódio disseminadas via web, pelos motivos mais torpes do mundo, vale lembrar o ESTRAGO causado pelo mesmo tipo de ódio que se espalhou pela Europa há 70 anos. Vale lembrar o genocídio que se seguiu à essas demonstrações de desrespeito e anulação.

Mas, acima de tudo, vale lembrar que o amor é capaz de vencer qualquer mal. E a vida desses três "bebês" - Hana, Mark e Eva - é a maior prova disso!

Eva, Mark e Hana no reencontro em Mauthausen (o segundo campo de concentração pelo qual suas mães passaram), 2010

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