Estamos de volta, meus depressivos e depressivas!!

Tia Vanessa deu um pulinho ali no fundo do poço, mas - ó que ironia - lá existe uma mola!! Então nada de fim de blog, nada de troca de moderadores e TUDO de duas resenhas maaaravilhosas.

Por isso mesmo, as atualizações da semana vem em duas partes. E a primeira delas é sobre O Livro da Traição, segundo volume da trilogia "Deuses de Dois Mundos" (saiba mais aqui).

A história é a continuação de 'O Livro do Silêncio', seguindo a trajetória do ambicioso (e bem filho da puta) jornalista New e sua eterna conversa com Laroiê (ou Exu, como preferir).

Ao mesmo tempo em que alcança a posição profissional que sempre quis, ele se vê dividido entre dois grupos poderosos, que podem lhe dar tudo que deseja, ou deixá-lo sem nada. Paralelamente, na África ancestral, o grande babalaô Orunmilá e seu grupo partem em busca dos 16 príncipes do destino, os odus, única maneira de impedir que o controle do destino de homens e deuses caia nas mãos erradas. Uma traição permeia as duas histórias, que tem mais em comum do que se pode imaginar.

Sem brincadeira... dos três livros esse é o melhor! Por dois grandes motivos:

1. Finalmente entendemos melhor a história, a relação entre Exu e New, e nos posicionamos quanto à luta dos ancestrais. A luta acontece tanto no Aiê (terra) quanto no Orum, o tempo corre contra os nossos heróis e as Iá Mi Oxorongá não estão pra brincadeira;

2. Porque é nesse volume que conhecemos melhor as histórias (e as lendas) de cada Orixá - e também COMO eles se tornaram imortais do Orum (equivalente iorubá para Olimpo, Valhalla, Céu... etc.) .

Sim. Eu amo as lendas dos Orixás! E duas das que eu mais gosto estão no 'Livro da Traição':

•  A rivalidade entre Obá e Oxum, pelos amores de Xangô;

As duas se desentendem depois de Oxum enganar Obá,  fazendo-a cortar sua orelha propositalmente para o preparo do "prato preferido" de Xangô, o que culminou em uma briga feia e no banimento das duas. (Foto: A Magia do Axé)

•  E o ataque de raiva de Ogum, que aniquilou toda a sua aldeia.

Depois de muito tempo fora, Ogum volta à sua aldeia e - por ser dia da Proibição - nenhuma das pessoas fala ou interage com o guerreiro. Louco de raiva por ser ignorado, Ogum parte ao meio todos os seus conterrâneos. Não perdoando ninguém. Quando percebe o que fez, ele fica profundamente arrependido e enterra sua espada no chão. (Foto: A Magia do Axé) Claro que a adaptação ao contexto da trama existe, né gente! Mas eu indico a leitura para todos que quiserem saber um pouco mais sobre a cultura e mitologia Afro e que gostem de um BELO suspense, porque esse é daqueles livros que acabam tipo BAM!